O Cec Tapera apresentou a
lenda do Maculelê em forma de teatro de sombra no
VIII Seminário Educação nas Relações Etnicas Raciais
O MACULELÊ é uma dança de bastões que tem
origem desconhecida, alguns acreditam na provável origem Afro-indígena, pois,
afirmam que foi trazida das etnias africanas congo-angolanas para cá,
sendo mesclada com alguns elementos da cultura dos índios brasileiros
(supostamente os aimorés) que aqui já viviam.
Entre os povos africanos há um personagem
muito importante: é o GRIÔT ou contador de história. Os GRIÔTS contam as
histórias do povo africano para manter vivo o conhecimento e valorizar a
ancestralidade pela cultura oral. Toda vez que os GRIÔTS começam suas
histórias eles pedem emprestadas as orelhas do ouvinte guardando-as no coração,
e falam uma palavra mágica que significa... ERA UMA VEZ... Como nós faremos
agora. Vocês emprestam suas orelhas? Então vamos lá: KARINGANA UA KARINGANA...
A LENDA DO MACULELÊ
Um grupo de africanos da etnia cacumbis
foram escravizados na África e trazidos para o Brasil para trabalharem nas
fazendas, cultivando a cana-de-açúcar.
Numa das fazendas de cana-de-açúcar do
interior da Bahia, um casal africano teve um filho, ao ao qual deram o nome de
MACULELÊ.
MACULELÊ tinha uma doença na pele que o
deixava triste, envergonhado e isolado. Um dia, quando MACULELÊ fez 7 anos de
idade, ele resolveu fugir da fazenda e se esconder na floresta onde ninguém
pudesse vê-lo. Seus pais e amigos procuram por ele mas,
não o encontraram.
Depois de uma semana, os índios AYMORÉS
que moravam naquela floresta encontraram o MACULELÊ e ficaram preocupados com o
problema do menino e convidaram MACULELÊ para ir morar na aldeia deles dizendo
que o Pajé (curandeiro deles), poderia tentar curá-lo com suas plantas e ervas. Só que MACULELÊ não queria ser visto por ninguém e não aceitou ir para a
aldeia no começo. Então, o cacique dos índios fez um trato com MACULELÊ:
que ele iria para a aldeia de noite, direto para a oca do pajé, ficaria
escondido lá, e ninguém entraria nesta oca, somente o pajé que iria cuidar
dele, e assim ninguém mais o veria como ele queria. MACULELÊ aceitou a
proposta, e foi viver na oca do pajé. E
MACULELÊ cresceu...
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Num dia de sol, os guerreiros da aldeia
saíram pra caçar e pescar e só as mulheres e as crianças ficaram. Então vieram alguns índios de uma tribo rival para
atacar a aldeia. MACULELÊ ouviu as mulheres e crianças gritando, e foi
acudi-las. Ele pegou dois bastões de madeira que estavam na oca do pajé e saiu
para guerrear. Ele lutou com os índios
rivais que não conheciam aquela luta e venceu! Quando os índios aimorés voltaram da caçada
souberam do acontecido, foram saudar e
agradecer a valentia e a proeza de MACULELÊ.
A tribo dos AIMORÉS fez uma festa para
celebrar a vitória e a vida. Eles também
pediram ao MACULELÊ para ensinar aquela luta de bastões. Então,
juntaram os movimentos guerreiros dos
africanos CUCUMBIS com as danças indígenas brasileiras e a esta grande mistura
deram o nome de: MACULELÊ.
Fim.
Bastidores:
Parabéns aos artistas que encantaram os participantes!
. Parabéns às Professoras Melissa Moraes e Maristela Kroetz Broufleur.
. Parabéns à Coordenadora do Cec Tapera Laione Capistrano.
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