quarta-feira, 4 de maio de 2016

Abrindo as janelas da percepção



Perceber o lugar que se vive 
Aprender no lugar que se vive
Transformar, cuidar e amar,
O lugar que se vive.
 
 
 
                                       O dia já amanhece intenso, hoje é dia de ir a campo num processo investigativo de ver o que está tão próximo e que por descuido ou negligência  é tão pouco valorizado, o mundo que vivo, o lugar que habito, o espaço que existo, minha casa, meu bairro, minha praia.
                                         Um grupo de crianças e adolescentes do CCFV-Tapera, com orientação da professora Ana Falcão, se deslocou para o lugar que mais conhecem, a Praia da Tapera, com intuito de percorrer a extensão da praia, abrindo as janelas de sua percepção ao detectar um acúmulo imenso de irregularidades cotidianas no que se refere à preservação deste espaço natural e social de sua comunidade.
 

 




                                         Chegando ao extremo norte da praia encontramos lixo das mais variadas formas de plástico, garrafas plásticas, sacos de lixo, tampas de garrafas, restos de madeira, latas de conservas, alguns itens curiosos como camisinhas e bolos de linha de pesca, pedaços de ferro, e uma  garrafa com inscrições que nos remetiam a veneno por conter o símbolo da morte percebível no seu rótulo. Com o grupo foi apenas um saco de lixo de 100 litros, insuficiente para remover a quantidade de lixo, mas significativo no sentido educacional, visto que se percebeu a quantidade e quanto era importante que se fizesse um trabalho coletivo de conscientização para preservar este ambiente natural.  





                                         Dando continuidade nos deslocamos calmamente pela orla, agora em direção sul, para apreciarmos o lugar e perceber algo mais, aprender com o caminhar, ver como era o cotidiano deste lugar, se tinha peixe, se tinham pássaros, as peculiaridades e do que viva o povo que ali estava.













                                         No final da praia, no costão existe uma comunidade de pescadores com seus barracões de pesca, organizados em associação, que se dividem entre maricultores e pescadores, ou ambos, de acordo com suas afinidades e oportunidades. Fomos recebidos e agradecemos pelas orientações sobre a história da Tapera, sobre seus afazeres e de como eram oriundas de seus antepassados, passando este ofício de pai para filhos, e ainda com esperança da continuidade deste ciclo desde que a praia fosse preservada.

 






 
  

 
                                          Ao retornarmos encontramos a maior de todas as irregularidades, aliás um crime ambiental, esta tubulação  que provavelmente foi instalada para o escoamento da chuva, que chamamos de tubulação pluvial, às 9:30 da manhã, conforme o registro fotográfico, estava assim , com esta turbidez, em dia de sol, numa semana que não havia chovido e, pasmem...
 

 

                                         Às  10:11 começou a liberar uma água com outra coloração, provavelmente oriunda de ligações clandestinas, jorrando a ignorância diretamente na praia com nítida, evidente e indiscutível atitude criminosa de poluição ambiental, um esgoto a céu aberto direto para a praia, onde a comunidade,  por falta de orientação, se contamina das mais variadas possibilidades.



                                         Então nos perguntamos, onde está o poder público, fiscalizador e regularizador dos direitos do cidadão? Como faremos para levar este flagrante de desrespeito à comunidade e ao meio ambiente, aos órgãos que competem à preservação da Praia da Tapera?
 
 

                                         E Assim retomamos a discussão, agora, pensando em quais portas teremos que bater para reclamar nosso direito de uma praia limpa com condições de balneabilidade, limpa, para que futuras gerações de moradores e pescadores possam usufruir sem riscos daquilo que a natureza oferece sem cobrar, respeito.



 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Cápsulas do tempo - novos olhares




Cápsulas do Tempo - Novos olhares de desejos antigos



                                      Esta  atividade está vinculada a uma série de debates e observações sobre o mundo que desejamos, dentro de um tempo e espaço,  o tempo quando vinculado ao desejo está condicionado às possibilidades existenciais do que se conhece, daquilo que se vive e de como represento subjetivamente a realidade que me envolve. O espaço desse  tempo, ou lugar onde se encontra, nesta atividade específica é o Bairro Tapera, o CCFV e a família na qual a criança está inserida.   Sendo assim, a pergunta clássica é: "O que desejo para o futuro, para meu bairro ou comunidade e para minha família.?"
                                      Os professores então criaram condições lúdicas intitulada cápsula do tempo e as crianças e adolescentes colocaram seus desejos num limiar de tempo por dois meses, para assim criar as possiblidades concretas do imaginário se realizar, pois um desejo de dois meses precisa ser realista para poder se realizar, pode acontecer mediante a postura existencial de cada um, além é óbvio, das interferências do cotidiano de cada ser.
                                     Em breve saberemos de muitos desejos, dos que se realizaram e daqueles que se perderam no tempo ou que precisam de um tempo maior.